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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dia dos Mortos...(Especial Morte)

Por Reginaldo MercÊs


Nunca tive o costume de me dirigir a cemitérios ou de me lembrar de entes queridos falecidos no dia 02 de novembro, data oficial em nosso país reservada ao dia de finados. Por ter tido uma criação cristã, entretanto, muito diferente da igreja católica, somente considerava esse dia como mais um excelente feriado a se passar em família e com os amigos, e assim o considero até hoje. Porém, nesse ultimo dia dos mortos a qual se passou, tive a oportunidade de participar dessa tradição milenar que leva tantas pessoas aos cemitérios. Ao caminhar pelas lápides antigas, ao ver as declarações nelas escritas, ao ver fotos de homens, mulheres e crianças que já morreram, ao ver as datas e fazer cálculos para saber exatamente à idade que o falecido tinha, ao ver tantas pessoas levando flores e chorando pelos seus mortos, me veio uma triste constatação que todos nós já sabemos muito bem... “Como essa nossa existência é frágil e passa rápido.”

Por vezes nos consideramos fortes, inatingíveis, verdadeiros super-heróis onde nada nem ninguém pode nos fazer mal. Muitas vezes, ou quase sempre, imaginamos que temos muito tempo pela frente, então podemos pedir desculpas a alguém depois, podemos dizer que amamos nossos familiares e amigos em outras oportunidades... Pensamos que podemos realizar o que habita em nossos corações em um dia futuro... Acostumamos-nos e ter a certeza de que teremos tempo suficiente para sermos melhores pessoas...

Ao sair daquele cemitério, me perguntei se todas aquelas pessoas para as quais aquelas homenagens eram prestadas, tiveram todo esse tempo que imaginamos ter...

Historinha sobre a morte

Ele era velho
Para dizer a verdade, havia já trinta anos que era de “velho” que era chamado por todo mundo.
E ele era velho e sabia disso!
Deitado na rede há mais de meio ano mal abria os olhos. A vida toda com saúde debilitada. Todos – sem exceção – esperavam que, mais dia menos dia, teriam que comparecer ao seu funeral portando um discurso previamente preparado: “Morreu como um passarinho, o coitado!”.
Testamento lavrado, terno pendurado e terreno escolhido no discreto cemitério. Escolhera um resguardado por uma sombra frugal. Afinal, sonho de todo morto é ser pranteado. A sombra ajudaria a trazer as eventuais lágrimas e comiserações.
Um dia, ele acordou com uma idéia pululando na sua cabeça e quis mudar tudo!
Decidiu adiar esse negócio de morrer e quis conhecer o mundo.
Despediu a família que parasitava seu teto e a sua pensão. Vendeu a casa. Juntou as economias. Mandou pastar todo mundo que aguardava para dividir seu espólio e saiu pela porta com mochila nas costas. Isso foi há oito anos. Diz-se que está ainda vivo e bem. Ano passado, expediu para o bisneto uma foto sua, esquálido como sempre, mas bronzeado. Estava num cruzeiro para Noronha ao lado de uma coroa vistosa.
E assinou: o velho.

Fonte: http://www.30giga.com.br/blogs/sobre-a-morte-e-tudo-mais/

AOS QUE SE FORAM...

Não sei a qual deles mais me liguei
Nem de qual deles tenho mais saudade;
Sei apenas que jamais os verei...
Não mais terei essa felicidade!

Vi tudo tão natural quando a morte
Levou os dois de vez de minha vida,
Só hoje sinto a dor dessa má sorte,
Não os tendo aqui a me dar guarida.

Penso que partiram tristes comigo,
Pois, deles, pouco segui seus cuidados;
Arrependido, quero, sim, o abrigo
Dos sábios ensinamentos deixados.

Eu já não consigo estancar meu pranto,
Que, inesgotável, aumentando vai...
Deus meu, como, sozinho, sinto tanto
A falta de minha mãe e meu pai...

Autor: Ógui Lourenço Mauri


Dia dos Mortos no México.

http://colunistas.ig.com.br/toquesdealma/2008/11/02/dia-dos-mortos-no-mexico-dia-de-festa/

Origem do dia de Finados

http://www.benitopepe.com.br/2009/11/01/origem-do-dia-dos-mortos-dia-de-finados-2-de-novembro/

3 comentários:

Unknown disse...

Acho que quando temos apreço por alguém e este alguém parte desse plano, lembramos dele sempre não apenas no dia de finados.

Morango com leite condensado disse...

Quando era criança acompanhei algumas vezes meu pai ao cemitério no dia de finados para visitar o túmulo de meu avô... Foram passeios que me deixaram apavorada a noite, pois não conseguia dormir com todas aquelas lápides e imagens das fotos vistas por lá gravadas em meu pensamento...

Atualmente, acredito que se existir vida depois da morte, nossas lembranças e preces para os que já se foram é o que existe de mais importante. E pra lembrar de alguém ou rezar por esta pessoa, não precisamos ir a nenhum lugar...
O afeto e o carinho que temos pelas pessoas não se desfazem com a morte, nem precisam de um dia pra ser demonstrado.

Em relação a nós e a nossa vida: se agente pensasse bem, seguia as palavras de Renato Russo...
"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, pq se vc parar pra pensar na verdade não há."

Benito Pepe disse...

Olá Reginaldo, obrigado pelo link para meu texto.

Abraços do Benito Pepe